O Brasil tem a segunda maior população de cães, gatos e aves canoras e ornamentais em todo o mundo e é o terceiro maior país em população total de animais de estimação. São 54,2 milhões de cães, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes, 39,8 milhões de aves e mais 2,3 milhões de outros animais. O total é de 139,3 milhões de pets, o que demonstra a força potencial do nosso setor na economia brasileira.
É composto por indústrias e integrantes da cadeia de distribuição dos segmentos de alimentos (Pet Food), medicamentos veterinários (Pet Vet) e cuidados com saúde e higiene do pet (Pet Care). Hoje, o mercado pet já representa 0,36% do PIB brasileiro, à frente dos setores de utilidades domésticas e automação industrial. Em 2018, a indústria de produtos para animais de estimação faturou R$ 20,3 bilhões. Em 2006, esse número era de R$ 3,3 bi.
A maior fatia ficou por conta de Pet Food, que representou 73,9% do faturamento, seguido por Pet Serv (17,7%) e Pet Care (8,4%). No mundo todo, o maior mercado ainda são os EUA, com 40,2% dos US$ 124,6 bilhões totais. Atrás estão: Brasil (5,2%) e o Reino Unido (4,9%), completando assim os três maiores mercados Pet mundiais.
Qual é a representatividade do mercado de luxo?
Esta fatia existe no mercado pet, mas representa menos de 1% do faturamento do setor. O consumo do mercado pet está concentrado na classe média, que prioriza banho e tosa, alimentação e vacinação dos pets, não acessórios de luxo.
Balança comercial
Em 2018, as exportações brasileiras tiveram saldo positivo e acompanharam o ritmo de crescimento do setor no Brasil, totalizando US$ FOB 260,6 milhões, uma alta de 24% em relação ao ano anterior. Outro ponto positivo foi a elevação das importações no Setor em cerca de 20%, sinal de que o Setor vem crescendo e se desenvolvendo.
Produção e venda de Pet Food
Como entidade representativa do Setor de produtos para animais de estimação, a Abinpet discute e analisa, constantemente, diversas normas para assegurar a qualidade da produção e do manejo de alimentos para os pets. Por meio de apoio a grupos de pesquisa, tanto de universidades quanto os formados pela própria entidade. Sabe-se que o alimento industrializado, por atender às normas e regulamentações específicas de órgãos governamentais e agências regulatórias, é o único que seguramente tem a quantidade ideal de nutrientes diários para o pet.
A indústria brasileira de alimentos para pets está em constante atualização. Há oito anos, as principais empresas do segmento adotam o Manual Pet Food Brasil, como guia de boas práticas. A publicação, elaborada por acadêmicos da área, é uma realização da entidade. O Manual contém informações sobre os padrões técnicos e de qualidade de matérias-primas, parâmetros nutricionais, metodologias analíticas aplicáveis e condições ideais de produção para garantir alimentos seguros aos mercados nacionais e internacionais.
Carga tributária
Alguns segmentos da sociedade ainda têm menos acesso aos produtos e serviços para pets, especialmente a alimentos, devido aos impostos. As classes C, D e E são as que mais sofrem com a carga tributária. Muitas dessas pessoas acabam por alimentar o animal com sobras de mesa, o que prejudica o bem-estar, desenvolvimento físico e saúde do pet, incluindo aspectos fisiológicos e longevidade.
A carga tributária do segmento de alimentos, que representa 65% do faturamento do setor, é de 49.99%, representados por tributos como IPI, ICMS-ST, Pis/Cofins.
Sabemos que aproximadamente 60% do faturamento do setor provém dessas classes, que são muito sensíveis à alta carga tributária. A cada R$ 1,00 gasto com alimento completo, R$ 0,50 é imposto. Se os impostos sobre o produto final diminuíssem, seria possível a essas classes ter um acesso adequado aos produtos e serviços para pets.
Este é o principal gargalo que inibe o desenvolvimento do setor pet de forma sustentável. O Brasil é o país com a maior carga tributária do mundo. Na Europa, a carga tributária do setor pet é de cerca de 18,50% e nos Estados Unidos não passa de 7%.